A perda violenta de um animal de companhia

Ao longo dos anos, as investigações têm vindo a evidenciar que a perda de um animal de companhia pode ser tão dolorosa como a perda de uma pessoa próxima, visto que a relação com um animal de companhia envolve características difíceis de alcançar nas relações humanas, como é exemplo o amor incondicional, a lealdade e a aceitação ausente de julgamentos ou críticas e a sensação de proteção e segurança.

Desta forma, tendo em consideração que a ligação emocional com um animal pode transcender uma relação humana, perder um animal de companhia pode ser uma experiência traumática e, em algumas situações, ultrapassar uma perda humana (no que remete para o sofrimento e desafios associados à perda).

À semelhança de uma perda humana, o luto por um animal de companhia integra emoções como a raiva, culpa, vazio, solidão, tendência ao isolamento social. Contudo, o estigma social que prevalece em relação a esta perda dificulta os pedidos de ajuda (“Por favor, antes um animal que uma pessoa!”).

A literatura da especialidade aponta que o sofrimento originado por uma perda é determinado por diversos fatores, entre o quais o nível de proximidade emocional subjacente à relação perdida e o inesperado e violência associado à morte do animal. As investigações referem que este luto também diverge em função das circunstâncias da morte e consequente risco de imagens traumáticas.

Tomem-se como exemplos mortes repentinas e inesperadas (por exemplo, o atropelamento), as quais se encontram associadas a sentimentos de raiva direcionados para o próprio (“Não fui capaz de proteger o meu cão e foi atropelado!”) ou para terceiros (“Duvido que os veterinários tenham feito tudo o que podiam para salvar o meu gato”). Por vezes, os tutores desenvolvem imagens traumáticas do local da morte que exigem uma intervenção psicológica especializada, com o objetivo de reduzir o impacto emocional associado às mesmas. Recorrer aos serviços de uma empresa especializada torna-se, mais uma vez, fundamental para reduzir o risco de uma limpeza mal efetuada que deixe vestígios e leve a imagens perturbadoras do bem-estar e do processo de luto.

Por oposição, um processo de luto antecipatório (também descrito como “perda anunciada”, por exemplo quando existe uma doença terminal), por motivos distintos, pode também gerar imagens igualmente traumáticas. Como o momento de despedida do animal de companhia. É importante reforçar que todo o processo de tomar a decisão de recorrer à eutanásia para terminar com o sofrimento do animal (mas também com a sua vida) pode ser, por si só, uma experiência traumática.

Ainda que alvo de estigma social, esta é uma das perdas mais dolorosas que o ser humano pode experienciar. Recorra a ajuda especializada sem receios ou hesitações. Não se encontra sozinho(a).

AUTORES: Os psicólogos Sofia Gabriel e Mauro Paulino da MIND | Instituto de Psicologia Clínica e Forense, a qual disponibiliza nos seus serviços consulta especializada de apoio ao luto.

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