DEATHCLEAN –  Acumulação VS Insalubridade

Apesar de estarem quase ligados, são dois conceitos diferentes, os quais vamos esclarecer, já que na literatura eles aparecem muitas vezes associados como sendo a mesma coisa.

Estes conceitos devem ser considerados de forma independente porque não é necessariamente obrigatório haver acumulação quando existe insalubridade e vise versa. Apesar dos conceitos serem distintos é muito fácil ambos estarem ligados, afinal quando qualquer um dos conceitos se torna extremo fica rapidamente ligado ao outro.

Quase sempre a acumulação de lixo extrema em habitações gera insalubridade, dada a acumulação não é possível proceder à higienização da habitação. O acúmulo extremo de objetos facilmente torna impossível proceder à limpeza do espaço, não havendo higienização, com o passar do tempo estamos perante um espaço também insalubre. A acumulação traz consigo diversas consequências que levam a que a insalubridade ocorra, por exemplo, a impossibilidade de passar no espaço dado o acúmulo de objetos e tralhas. Isto faz com que todo e qualquer equipamento essencial, por exemplo, uma sanita que necessite de ser desentupida, não possa ser intervencionada dado o espaço estar impróprio.

De salientar que a perturbação da acumulação compulsiva leva ao isolamento da pessoa, tendo a mesma vergonha de colocar seja quem for estranho, por exemplo um canalizador, na sua casa para resolver o seu problema. Dado que o entupimento não é resolvido, surgem outros problemas que agravam ainda mais a situação de insalubridade.

A acumulação compulsiva é uma perturbação denominada pela literatura como Síndrome de Diógenes, as características que melhor classificam esta perturbação são:

  • O comportamento de recolher constantemente objetos sem utilidade ou valor;
  • Apego desmedido a estes objetos, causando ansiedade quando o individuo pensa em se livrar dos mesmos;
  • Ausência de perceção sobre a situação em que vive, o que leva a recusar ajuda;
  • Negligência no autocuidado, desorganização e acumulação;
  • Tendência para o isolamento social, evitando receber visitas na sua habitação.

Perante esta descrição conclui-se que a capacidade que motiva o indivíduo na procura e satisfação dos objetivos de vida foi afetada, constituindo assim um problema na área da saúde mental com repercussões a nível social.

É mais fácil encontrarmos insalubridade sem acumulação do que acumulação sem insalubridade.

Existem diversos casos de insalubridade que apesar de a habitação estar desorganizada, não chega a ser classificada como tendo acumulação. As condições precárias de higiene em que se encontram estas habitações são chocantes e gritantes, sendo até difícil de entender como é possível alguém residir neste espaço. Quando conhecemos uma casa insalubre compreendemos que é uma casa sem forma, sem conceito, sem memórias, é um espaço quase que abandonado pela pessoa, no entanto, sabemos que por detrás deste problema existe um morador que tem graves problemas psicológicos, que se esqueceu de se cuidar, que abandonou a sua autoestima, e que, portanto, a casa onde reside é o seu espelho.

Consideram-se casos de insalubridade, assim como de acumulação, como de risco para a saúde pública. São vários os problemas que se enquadram em ambas as situações e que os classificam como de risco, nomeadamente:

  • Riscos de incendio;
  • Afeta diretamente as atividades da vida diária do morador, podendo por exemplo originar quedas graves (presença de gorduras no chão ou de líquidos de materiais decompostos, assim como de grandes quantidades de lixo que afetam a passagem simples para outras divisões);
  • A vergonha pelas condições em que vivem leva ao afastamento de qualquer pessoa da sua habitação (ausência de manutenção da habitação, originando outros problemas que fazem com que a casa se torna mais disfuncional e insalubre);
  • Condições sanitárias precárias, dando origem a comportamentos de remediação, ou seja, sendo que a casa de banho perde a sua funcionalidade/conceito, as fezes e urina são deixadas em outra parte da habitação;
  • Lixo doméstico não é deitado fora, origina que a comida e outros objetos entrem em decomposição, trazendo o mau odor que incomoda terceiros e atrai insetos e pragas;
  • A presença de pragas como os ratos, origina urina e dejetos dos mesmos que são de grave risco para a saúde;
  • Um espaço com ausência de medidas de higienização é muito propenso à proliferação de microrganismos.

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