Morte e catástrofe: fatores de risco para a patologia

Anualmente, acidentes, desastres e catástrofes naturais provocam milhares de mortes em todo o mundo. As famílias em luto, ao viver uma perda totalmente inesperada, sentem que não possuem recursos emocionais para gerir tamanho sofrimento e existe um risco elevado de ser desenvolvida patologia, desde complicações no luto, a sintomas de depressão ou de stress pós-traumático.

Desta forma, para além da intervenção psicológica em crise que é providenciada, na maioria das vezes, pelos serviços de INEM, é igualmente imperativo que as pessoas em luto recorram a ajuda psicológica continuada.

Ao recorrer a ajuda psicológica especializada no luto, serão desenvolvidas estratégias e competências emocionais para gerir o sofrimento que ultrapassa os recursos da pessoa em luto. É importante recordar que um trauma é, exatamente, uma situação em que a pessoa sente que as estratégias usadas até aquele momento para gerir a dor deixam de funcionar.

Neste sentido, a ciência psicológica tem apontado alguns fatores de risco para o desenvolvimento de patologia e que reforçam a necessidade de intervenção psicológica. Estes organizam-se em três domínios, designadamente:

  1. Fatores de risco prévios à morte, como por exemplo a vivência prévia de acontecimentos traumáticos, como a experiência de outras perdas significativas ou de eventos vividos como traumáticos (por exemplo, acidente de carro, perda de um emprego e estabilidade financeira).
  2. Fatores de risco referentes ao contexto e natureza da morte, como por exemplo a exposição da pessoa em luto ao corpo do outro (por exemplo, encarceramento no carro com a pessoa perdida ao lado já sem vida) e a própria duração da exposição (por exemplo, número de horas encarcerados).
  3.  Fatores de risco pós-morte, como a vivência de sentimentos de culpa (por exemplo, a culpa de sobrevivente – “porque é que ela morreu e eu sobrevivi?”) ou um último contacto com a pessoa perdida considerado doloroso ou traumático (por exemplo, ver o corpo desfigurado). Para algumas pessoas, também o contacto com local da morte (por exemplo, quando o local tem vestígios do acidente, como sangue, fragmentos do corpo ou pertences da pessoa) pode originar imagens traumáticas e dificultar o processo de luto.

Recorra a ajuda psicológica. Esta é particularmente importante numa fase precoce do luto. Em terapia, torna-se possível desenvolver recursos emocionais e atenuar o sofrimento, sem nunca esquecer a pessoa perdida, mas encontrando rituais do luto que permitem manter uma relação de proximidade simbólica e emocional com o outro.

AUTORES: Os psicólogos Sofia Gabriel e Mauro Paulino da MIND | Instituto de Psicologia Clínica e Forense, a qual disponibiliza nos seus serviços consulta especializada de apoio ao luto.

MIND - Mauro PaulinoMauro Paulino – Psicólogo Clínico e Forense
Coordenador da Mind | Psicologia Clínica e Forense

MIND - Sofia GabrielSofia Gabriel – Psicóloga Clínica
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MIND | PSICOLOGIA CLÍNICA E FORENSE

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PALAVRAS-CHAVE: Deathclean; Acidente; Luto; Morte; MIND; Psicologia; Forense; Clínica; Catástrofe, Mauro Paulino; Sofia Gabriel