O Processo de Luto e a Perturbação da Acumulação: existe alguma relação?
A Perturbação da Acumulação consiste na acumulação incessante, desorganizada e descontrolada de objetos. Esta acumulação compulsiva é acompanhada por uma recusa em prescindir e/ou descartar qualquer um dos objetos que se encontram na posse da pessoa, dada a elevada importância que é atribuída a esses objetos (ainda que, alguns deles, possam ser considerados lixo, por se encontrarem estragados ou danificados). Inclusivamente, o mero momento de ponderar perder algum desses objetos causa ansiedade, angústia e medo.
Neste sentido, surge a questão: qual a relação desta perturbação com o processo de luto? A resposta a esta pergunta exige refletir sobre a origem da Perturbação da Acumulação.
Sabe-se que esta perturbação pode ser desencadeada após a vivência de um evento traumático, como por exemplo a perda de uma pessoa próxima ou de uma relação amorosa; ter sido vítima de abusos emocionais e/ou físicos durante a infância e/ou adolescência; ou ter sofrido um acidente de viação considerado violento e trágico.
Depois de ser vivenciada uma perda, o receio de ter de gerir uma situação semelhante, como é exemplo a perda de um objeto, pode ser incrivelmente assustadora.
Em poucas palavras, pode ser desenvolvido um medo extremo associado à possibilidade de experienciar uma situação de perda. Por conseguinte, tudo o que seja próximo de “perder” é evitado ao máximo, potenciando que a pessoa acumule em casa tudo o que perceciona ter valor emocional.
Quando já existe um diagnóstico de Perturbação da Acumulação, vivenciar qualquer uma destas experiências consideradas traumáticas pode acentuar os sintomas e o sofrimento já experienciados pela pessoa. Aliás, a ciência psicológica aponta que as pessoas com esta perturbação apresentam também um risco significativamente elevado de depressão.
A relação entre o medo da dor subjacente a uma perda e a acumulação compulsiva reforçam a necessidade de recorrer a ajuda psicológica especializada. Não se encontra sozinho(a). Procure ajuda!
AUTORES: Os psicólogos Sofia Gabriel e Mauro Paulino da MIND | Instituto de Psicologia Clínica e Forense, a qual disponibiliza nos seus serviços consulta especializada de apoio ao luto.
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