Processo de luto: quando é importante recorrer a ajuda psicológica?

A maioria das pessoas revela a capacidade de integrar a perda na sua história de vida e, por conseguinte, gerir os desafios associados a uma experiência de tamanho impacto emocional como perder alguém que amamos. Mas nem sempre isto acontece.

A vivência de uma perda é uma experiência traumática e, por isso, existe um risco elevado de ser desenvolvida patologia, como é exemplo a Depressão, Perturbações da Ansiedade, Perturbação do Stress Pós-Traumático ou a Perturbação do Luto Prolongado.

São vários os fatores que contribuem para que a integração da perda na identidade seja dificultada, desde as circunstâncias da morte (homicídio, suicídio, acidentes e respetivos cenários de violência e terror em que a DEATHCLEAN atua) até às características da relação de proximidade e intimidade emocional com a pessoa perdida.

Neste sentido, ainda que a vivência de uma perda seja única, existem alguns sinais a que devemos estar atentos, tais como:

  1. Sente-se incapaz de falar da pessoa perdida sem ser imediatamente invadido por um sofrimento intenso.
  2. É invadido por pensamentos automáticos e que não controla acerca da perda.
  3. Não é capaz de sentir bem-estar em atividades que anteriormente eram prazerosas e funcionavam como auto-cuidado.
  4. Sofre reações intensas perante estímulos com significado, como por exemplo contactar com os pertences da pessoa perdida.
  5. Sente-se tenso e assustado a maior parte do tempo.
  6. Por vezes, surgem pensamentos sobre querer desaparecer ou morrer.
  7. Vivencia dificuldades em dormir ou sente que dorme em excesso.
  8. Reconhece que come descontroladamente ou que, por oposição, perdeu o apetite.
  9. É incapaz de se concentrar no trabalho ou em tarefas básicas do dia-a-dia.
  10. Sente que as suas relações têm vindo a degradar-se desde a perda.

É importante destacar que estes exemplos se transformam em fatores de elevado risco de patologia, quando permanecem cerca de 06 meses após a perda. Nestes casos, torna-se imperativo recorrer a ajuda psicológica especializada com a maior brevidade possível.

Ainda assim, para pedir ajudar não é importante que todos os sinais (ou a maioria) mencionados anteriormente estejam presentes. Poderá bastar um deles para motivar o pedido de ajuda. A sensação de que o seu dia-a-dia tem vindo a ser prejudicado pelo sofrimento da dor é suficiente. Peça ajuda, não está sozinho(a).

AUTORES: Os psicólogos Sofia Gabriel e Mauro Paulino da MIND | Instituto de Psicologia Clínica e Forense, a qual disponibiliza nos seus serviços consulta especializada de apoio ao luto.

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PALAVRAS-CHAVE: Deathclean; Morte; Luto; Perda; MIND; Psicologia; Forense; Clínica; Mauro Paulino; Sofia Gabriel