DEATHCLEAN – Questões mais Importantes sobre os Acumuladores Compulsivos (Parte I):
- O que é a acumulação compulsiva?
A perturbação da acumulação compulsiva (síndrome de Diógenes), é descrita tendo por base os seguintes pontos:
- Recolha e acumulo excessivo de objetos variados, mesmo que inúteis e sem valor, para a grande maioria das pessoas;
- Incapacidade ou grande dificuldade, angustia e indecisão ansiosa em se livrar dos bens acumulados;
- Objetos colocados ao abandono no espaço, de forma desorganizada;
- Condições de salubridade e higienização precárias por conta do acumulo excessivo de objetos;
- Negação do problema, não permitem que ninguém arrume ou limpe a desordem;
- A acumulação prejudica as atividades do dia-a-dia;
- Apesar da vergonha, não conseguem controlar o impulso de adquirir mais bens;
- Desvirtuam o espaço da casa da sua real finalidade a que se destina (cozinha para cozinhar, quarto para dormir, casa de banho para necessidades fisiológicas, etc.);
- Negligência no autocuidado e na limpeza da habitação;
- Os sintomas causam sofrimento significativo ou prejuízo em áreas sociais, ocupacionais ou outras importantes.
- Um acumulador é diferente de um colecionador?
Sim, são coisas diferentes:
- Os acumuladores têm vergonha e não querem exibir os seus objetos e mantêm-nos desorganizados;
- Mesmo que os colecionadores até sejam compulsivos na aquisição de objetos para a sua coleção, eles exibem orgulhosamente as suas coleções e tendem a organizar os objetos racionalmente, respeitando sensatamente o espaço, os valores e as possibilidades práticas da aquisição.
- Quais os sinais que identificam um acumulador compulsivo?
- Grande apego e dificuldade em se livrar de objetos;
- Qualquer espaço físico na sua vida pode conter acumulação (carro, garagem, habitação, etc.);
- Perda de itens importantes como dinheiro ou documentos, à conta da acumulação;
- Não permite a entrada de familiares, por vergonha;
- Não permite a entrada de terceiros, por exemplo de técnicos de reparações;
- Têm tendência à aquisição de objetos, que estão em promoção ou com um preço desejável;
- Incapaz de não receber artigos gratuitos, por exemplo folhetos publicitários;
- Sentimento de esmagamento pelo volume de objetos acumulados, que tomaram posse do espaço/habitação.
- Motivos que tornam difícil o descarte dos objetos acumulados?
- Grande dificuldade em organizar os bens;
- Sentimentos positivos e invulgarmente fortes (alegria, prazer, etc.) ao receber novos artigos:
- Sentimentos negativos fortes (culpa, medo, raiva, etc.) ao pensar em livrar-se dos objetos;
- Crenças muito fortes de que os objetos são valiosos ou úteis, mesmo quando outras pessoas não os querem e facilmente os consideram inúteis;
- Sentir-se responsável pelos artigos, chegando até a pensar que objetos inanimados tem sentimentos;
- Negação do problema, mesmo quando a desordem ou a aquisição interfere claramente no dia a dia da pessoa.
- Quando podemos detetar comportamentos de acumulação?
Os comportamentos que integram a perturbação da acumulação compulsiva podem começar logo na adolescência, embora a idade média que a pessoa procura ajuda/tratamento seja por volta dos 50 anos. geralmente começa de forma leve durante a adolescência e gradualmente piora com a idade, causando danos clinicamente significativos por volta dos 30 anos de idade.
Um número estimado de 2 a 6% das pessoas sofrem desta perturbação. É igualmente prevalente em homens, como em mulheres.
Quem sofre de síndrome de Diógenes, suporta esta luta por uma vida inteira. São pessoa muito solitárias, tendem sempre a viver sozinhas.
- A perturbação da acumulação compulsiva está relacionada com o transtorno obsessivo-compulsivo?
Há uma tendência em aceitar a hipótese de a perturbação da acumulação compulsiva ser uma síndrome separada do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), mas com alta comorbidade com ele e com outras patologias emocionais, como por exemplo, quadros fóbico-ansiosos e depressivos. Alguns autores perceberam que pacientes com acumulação compulsiva grave nem sempre satisfaziam os critérios de diagnósticos para o TOC.
Atualmente o transtorno de acumulação compulsiva está classificado isoladamente no DSM-5 (Classificação Norte-americana de Psiquiatria), como se tratasse de um distúrbio distinto do TOC, diferentemente do que se pensava antes.
- Qual a tipologia de objetos que o acumulador tem preferência?
Na maioria dos casos, as pessoas acumulam bens comuns, por exemplo papel, livros, jornais, vestuário e recipientes como caixas e sacos de papel.
Há casos, que por norma até se tornam mais graves, em que as pessoas acumulam lixo e comida, que com o passar do tempo decompõem-se e libertam odor, trazendo consigo insetos e pragas. A acumulação de animais domésticos, antes não era muito referenciada como um problema grave, mas dado que os casos têm vindo a aumentar ao longo dos anos, já se fala bastante sobre a síndrome de Noé como outra problemática associada à acumulação compulsiva.
São raros os casos em que as pessoas têm tendência a acumular bens valiosos, no entanto, existem casos de acumulação muito focados em uma só tipologia de resíduo, como por exemplo, acumulação de bens eletrónicos, acumulação de livros, etc.
- Quais os efeitos/perigos associados ao transtorno de acumulação?
- A casa de um acumulador é uma ameaça à saúde e segurança das pessoas que vivem dentro ou perto do local, causando diversos problemas de saúde, danos estruturais, incêndio ou até mesmo a morte;
- Pode originar em despejos, ficando o acumulador desalojado. Por ser um caso de saúde pública, estando o acumulador a prejudicar a saúde de terceiros, pode resultar numa ação judicial;
- O não reconhecimento do problema, negando sempre ajuda, faz com que entre facilmente em conflito com familiares e amigos que se encontram frustrados e preocupados pelo estado em que o acumulador vive.
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