Realidade após a morte:

Provavelmente já ouviu este nome antes – normalmente surge associado a um tema de filmes de terror assustadores, programas de investigação de cenas de crime ou até algumas canções mórbidas.

Então, o que é “Rigor Mortis” e quanto tempo dura?

Quando falamos de rigor mortis – ou por vezes “rigor” – estamos a falar do enrijecimento de um corpo. O nome provém do latim tradicional e significa rigidez da morte.

Rigor mortis ou rigidez cadavérica é um sinal reconhecível da morte que é causada por uma mudança bioquímica nos músculos, provocando assim um endurecimento dos músculos do cadáver, não são sendo possível mexê-los ou manipulá-los.

O tempo de início e duração depende da temperatura e humidade do ambiente e do corpo. O momento de início do rigor cadavérico ocorre geralmente entre a 2ª e a 4ª hora após a morte. O seu estado de rigidez máxima estabelece-se por volta da 12ª hora post mortem, cessando gradativamente até à 36ª hora da morte.

Os ambientes mais frios atrasam a progressão enquanto os ambientes mais quentes a aceleram. Normalmente, a linha do tempo dura um dia, mas dependendo de uma variedade de fatores, pode demorar até vários dias.

Quando é que se instala?

A primeira fase (endurecimento) começa após algumas horas do post mortem. No entanto, muitas pessoas ficam surpreendidas ao saber que ele desaparece. Os corpos tornam-se novamente maleáveis, por vezes um ou dois dias mais tarde, antes de assumirem a sua posição final.

O primeiro endurecimento ocorre à medida que o corpo arrefece, frequentemente na primeira ou segunda hora. Acontece porque existem bombas nas membranas das células musculares que regulam o cálcio no corpo. Quando as bombas param de funcionar, inundações de cálcio fazem com que os músculos se contraiam e endureçam.

A rigidez cadavérica atinge inicialmente a cabeça (mandíbula e nuca), evoluindo de forma descendente da cabeça para os pés (craniocaudal) e desfaz-se seguindo a mesma ordem. Nesse sentido temos a seguinte sequência: mandíbula – tórax – braços – abdômen – pernas (Lei de Nystem Sommer).

O que o provoca?

O rigor mortis ocorre porque deixa de existir um fluxo constante de trifosfato de adenosina ou ATP para os músculos. O ATP é necessário para ajudar os músculos a se libertarem do estado de contração, causado pela presença de iões de cálcio que fluem para os músculos e atuam como uma ponte ou conexão entre a actina e a miosina, que está presente na fibra muscular. Sem ATP para iniciar a liberação dessa conexão, os músculos continuam a se contrair, fazendo com que o corpo fique rígido. Somente quando as fibras dos músculos começam a decompor-se é que a ligação entre as fibras de actina e miosina se quebram, e os músculos do corpo começam a perder a sua rigidez.

O corpo amolece alguns dias depois?

Algum tempo depois dos primeiros dias após a morte, o corpo volta a amolecer. Não será tão maleável como um corpo vivo, mas tornar-se-á consideravelmente mais suave durante algumas horas ou alguns dias antes do endurecimento final.

Como é que o Rigor Mortis pode ajudar nas perícias forenses?

Se gosta de televisão nomeadamente de séries de crime ou de mistérios respeitantes a homicídios, provavelmente já sabe que as fases da morte nos podem dizer muito sobre a morte. Por exemplo, um corpo encontrado numa posição sentada numa cadeira reclinável pode “agir” de forma diferente do que um corpo encontrado deitado numa cama. Isto porque os fluidos drenam para baixo.

Quando ocorrem fenómenos como a rigidez cadavérica precoce, a mesma pode indicar que a vitima sofreu uma morte violenta, onde ocorreu uma intensa luta ou asfixia mecânica, dado o esforço a vitima gasta mais oxigénio, originando numa maior acidez e resultando numa rigidez cadavérica precoce.

Para além de nos ajudar a determinar se houve crime, a rigidez cadavérica pode-nos indicar o diagnóstico da morte, assim como a determinação da data da morte, embora esteja sujeita a exceções apresentadas por elementos extrínsecos e intrínsecos.

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